Tarde calma...
Deixo-me estar naquele pequeno pedaço de mundo...tranquilo, nas árvores milenares o vento vai agitando a folhagem de vez em quando... enquanto vejo passar as cegonhas, as pombas brancas que entrecruzam o céu, por baixo a água de um lago tranquilo ...aquela paisagem doce, tranquila, verdejante,acalmava-me, sossegava-me até ao mais infinito de mim... ficava ali naquele alpendre um dia dois dias, muitos dias...e fui fechando os olhos queria gravar aquele momento em mim...
Comecei a ouvir as crianças a correr, que me chamavam de avó...e eu de cabelos brancos, rosto com rugas, mas não cansada da vida, ainda sentia em mim a força e a coragem de viver, ficava ali sentada naquele alpendre na minha cadeira de baloiço, aquela que recebi de presente, quando ainda tinha no meu ventre o meu querido filho e que sempre me ficou apontada como um “desejo”... e onde durante toda a minha vida pouco tempo tive para me sentar nela...agora sim! Tinha todo o tempo do mundo, ficava ali no meu alpendre, vendo a alegria dos meus netos que me contagiavam, eles contavam-me histórias da cidade, e eu contava-lhes histórias da minha juventude, e inventavamos o mundo, criavamos o nosso mundo, pintavamo-lo com as cores do amor, da alegria e da paz...de vez em quando aproximavamo-nos do lago, tentavamos pescar os peixes que sempre insistiam em fugir e ríamos, ríamos dos peixes e de nós e quando conseguíamos um era uma festa que fazíamos!!
Aquele era o meu pequeno mundo...a casa no campo, junto ao lago, o meu refúgio e o cais de aventura dos meus netos...Outras vezes eles queriam ler os meus escritos...eram eles que liam para mim, e quando um dia chegaram a este...debulharam-se em lágrimas...enquanto iam dizendo... - mas nós nem existíamos ainda...já pensavas em nós avó, que lindo!! - e agarravam-se a mim cobriam-me de beijos e abraços enquanto diziam...”...gostamos muitooooooo de ti...!”, e sempre me pediam para eu continuar a escrever, que eles gostavam do que eu escrevia... dizia-lhes que já tinha escrito tudo... mas não,ainda tinha tanta coisa para escrever...quando eles saiam para os campos com o avó...lá pegava eu no meu portátil e ia escrevendo á velocidade da luz, ali no meu alpendre...ali no limiar da minha alma, no recanto do meu coração...desvendando mil emoções, relatando peripécias, escrevendo a saudade, a saudade...mas também a alegria da vida, que se prolonga para além de nós em todos aqueles que fazemos sorrir, quando juntos pintamos o mundo noutras cores...
Abri os olhos!
Já tinha gravado em mim o momento da paz, da serenidade daquele alpendre, gravei-o de tal modo que nunca mais o esquecerei...mas fiquei a pensar...
... Quando for velhinha que farei eu? Continuarei a sorrir, a rir á gargalhada?
Passarei o tempo a lamentar-me? Terei netos?
Pois...tudo isso fica para descortinar num futuro mais ou menos longinquo se o houver...
Deixo-me estar naquele pequeno pedaço de mundo...tranquilo, nas árvores milenares o vento vai agitando a folhagem de vez em quando... enquanto vejo passar as cegonhas, as pombas brancas que entrecruzam o céu, por baixo a água de um lago tranquilo ...aquela paisagem doce, tranquila, verdejante,acalmava-me, sossegava-me até ao mais infinito de mim... ficava ali naquele alpendre um dia dois dias, muitos dias...e fui fechando os olhos queria gravar aquele momento em mim...
Comecei a ouvir as crianças a correr, que me chamavam de avó...e eu de cabelos brancos, rosto com rugas, mas não cansada da vida, ainda sentia em mim a força e a coragem de viver, ficava ali sentada naquele alpendre na minha cadeira de baloiço, aquela que recebi de presente, quando ainda tinha no meu ventre o meu querido filho e que sempre me ficou apontada como um “desejo”... e onde durante toda a minha vida pouco tempo tive para me sentar nela...agora sim! Tinha todo o tempo do mundo, ficava ali no meu alpendre, vendo a alegria dos meus netos que me contagiavam, eles contavam-me histórias da cidade, e eu contava-lhes histórias da minha juventude, e inventavamos o mundo, criavamos o nosso mundo, pintavamo-lo com as cores do amor, da alegria e da paz...de vez em quando aproximavamo-nos do lago, tentavamos pescar os peixes que sempre insistiam em fugir e ríamos, ríamos dos peixes e de nós e quando conseguíamos um era uma festa que fazíamos!!
Aquele era o meu pequeno mundo...a casa no campo, junto ao lago, o meu refúgio e o cais de aventura dos meus netos...Outras vezes eles queriam ler os meus escritos...eram eles que liam para mim, e quando um dia chegaram a este...debulharam-se em lágrimas...enquanto iam dizendo... - mas nós nem existíamos ainda...já pensavas em nós avó, que lindo!! - e agarravam-se a mim cobriam-me de beijos e abraços enquanto diziam...”...gostamos muitooooooo de ti...!”, e sempre me pediam para eu continuar a escrever, que eles gostavam do que eu escrevia... dizia-lhes que já tinha escrito tudo... mas não,ainda tinha tanta coisa para escrever...quando eles saiam para os campos com o avó...lá pegava eu no meu portátil e ia escrevendo á velocidade da luz, ali no meu alpendre...ali no limiar da minha alma, no recanto do meu coração...desvendando mil emoções, relatando peripécias, escrevendo a saudade, a saudade...mas também a alegria da vida, que se prolonga para além de nós em todos aqueles que fazemos sorrir, quando juntos pintamos o mundo noutras cores...
Abri os olhos!
Já tinha gravado em mim o momento da paz, da serenidade daquele alpendre, gravei-o de tal modo que nunca mais o esquecerei...mas fiquei a pensar...
... Quando for velhinha que farei eu? Continuarei a sorrir, a rir á gargalhada?
Passarei o tempo a lamentar-me? Terei netos?
Pois...tudo isso fica para descortinar num futuro mais ou menos longinquo se o houver...
15 comentários:
nunca pensei em ter netos...mas deve ser giro...
Quando fores velhinha que farás tu?
Farás pessoas felizes, isso é certo.
Beijos quentes
á partida eu não terei netos...rsrsrs...mas tu pelo menos já tens a esperança plantada....rsrsrs...e tenho a certeza que quando fores velhinha serás a mesma Elsinha...com cabelos brancos...rugas...mas igual a ti mesma...bjs
Tens que continuar a pintar o mundo com todas essas cores como descreves neste texto.
Já viste as histórias bonitas que já tens para contar aos teus netos? Guarda-as :)
Bjinhos!
(felizardos! :p )
Muito lindo! Até por uma grande experiencia eu vivo somente o presente, e pela fé visualizo o futuro que está perto. Continuo passando e ganhando espaços, porisso acredito que vá ver netos e ainda muita alegria, e por certo estarei contando histórinhas para todos! Tomara!
beijos e excelente semana
Espero que continues a sorrir sempre!
Já estou a ver o filme...
Mesmo velhinha, com ou sem netos, serás sempre distribuidora de sorrisos e boa disposição à tua volta!
Continua a surpreender-nos com a tua bela imaginação, Elsa.
Um abraço da Lia
Belo sonho, esse, sentada no alpendre contando histórias aos netos, falando-lhes de outros tempos, outras eras...
Está lindo, como tu sabes escrever !
Fica um beijo,
Linda a reflexão.
E muito profundo o desafio: como será quando formos velhinhos?
Eu sonho ser uma velhinha daquelas que me apetece beijar por ser tão doce o olhar, o falar e o tocar.
Para já, desejo ser melhor em tudo o que faço, o que digo e o que penso.
Obrigada.
Beijinhos.
Quando fores velhinha????
Tu jamais serás velhinha com esse teu coração lindo e jovem mas quando tiveres mais uns anitos continuarás a ser a pessoa maravilhosa que és hoje, a amiga sempre presente e pronta a partilhar o sorriso com que se acerca de ti.
Beijinhos, Vóvó...
Não sei se serás avó, pois que és tu que o dizes, mas já tens netos no coração.
Mas posso-te dizer que quando nasceu o meu primeiro neto, fiquei ali a olhar, sem saber o que me ia no coração e depois entre muitas outras coisas, pensei assim:
A este não tenho de o "educar" é só para "estragar" com mimos.
Que lindo quadro que pintaste nas tuas recordações futuras.
Abraço de um avô, em Cristo
¿y esa es la vida que te apetece, elsa?
amor
que viagem bonita pelos horizontes do futuro...
bjinho* boa semana
Assim... o futuro só pode ser lindo!
O amor, a esperança, a alegria contagiante(s) não se perdem com a idade, com o tempo, nem com os dias atarefados... entranham-se em nós, nos nossos alpendres... e sorrisos.
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