quarta-feira, 11 de julho de 2007

Adeus lago...


Um dia como tantos outros...mas de repente o siêncio é perturbado por máquinas, barulho, que se passa? Fui á janela...e vi aquele bocado de terra invadido, ali onde todos os invernos se cria um lago enorme, onde vêm as cegonhas, os patos bravos, e outras aves, as rãs... onde a naturexza grita no seu grito calado, silencioso, que me apaziagua, onde naquelas águas matei a minha sede inspiradora...foi o último inverno...o passado...agora não vou Ter mais lago, não haverá mais natureza, naquele pedaço de terra...vieram as máquinas, para tudo transformar, sei que a evolução é importante, sei que vou Ter vizinhos novos junto ao escritório...sei que tudo isso é importante...mas ainda assim, sei que não vou Ter mais lago, sei que quando abrir a janela vou Ter do outro lado um muro de betão...
Sinceramente não estou preparada para isso e foi com bastante tristeza que vi o “meu pequeno mundo invadido”...porque ali eu tinha o meu lago, e todos que por lá passavam diziam...”o teu lago está lindo”...era meu, era eu que mais olhava para ele, mas...o lago secou...como acontece quando chega a primavera, mas este ano secou de vez...começaram as obras, e eu permaneço quieta no fundo da minha revolta silenciosa...porque o pedaço de terra, o pedaço de lago...nada é meu, e ainda assim continuará a ser...porque os pedaços...os pedacinhos de nada, de tudo...não são de quem os domina...mas de quem os ama...e eu continuarei a amar aquele lago, aquela natureza, mesmo que não os veja...um dia existiram e é essa a imagem que guardarei, que tentarei ver, quando a cada amanhã chegar ao escritório ...abrir as janelas e vir o betão...ao longe no horizonte...tenho ainda as serras, os pinheiros...a natureza espalha-se no salpicar da memória por todos os sítios onde os nossos olhos poisam...


5 comentários:

Fá menor disse...

Quando a beleza à nossa volta se vai e nos resta apenas a lembrança, sente-se uma espécie de frustração por não se ser capaz de voltar atrás e repôr tudo como estava. Mas é assim com tudo na vida. Ainda hoje sonho algumas vezes com a casa da minha infância. Ai se eu aí pudesse maravilhar-me novamente...
Assim o teu lago...
Vais sentir muita falta, pois as coisas belas que nos marcam nunca as esqueceremos. Mas que se há-de fazer?! Tudo se modifica e só temos mesmo que aceitar quando não há nada a fazer.
Retém na lembrança os bons momentos!
Jinhos

Fa-

A Flor disse...

A música é muito bonita.

Quantos de nós temos boas recordações de sítios... espaços.... que foram substituidos por blocos de betão... cimento.... vias rápidas....

Aconteceu isso comigo agora nas minhas férias... fui visitar Albufeira... já lá não ia à uns 8 anos.... e!!!.... a cidade que autrora é pitoresca.... deu lugar a uma cidade cosmopolita... BAHH!!!... fiquei triste!...

Beijos boa noite e que Jesus ocupe sempre o teu coração.

Quanto ao festival... ainda não decidimos nada..... mas vou pedir a Deus nas minhas orações para que seja um sucesso... e deste modo... O Seu nome seja exaltado! :)

Tua amiga Flor te deixa um cesto de túlipas....

Alexandre disse...

Fiquei muito chocado com o que descreves... será que vão construir casas num terreno alagadiço? Um país que não preserva aquilo que de melhor tem não deveria ser independente...

Também tive um local em tempos em Azeitão que eu chamava de «o paraíso», porque era calmo, suave, inspirador, solitário, também tinha rãs, sapos e muitos passarinhos - um dia descobri que destruíram tudo... e ainda hoje, passados mais de 20 anos nunca nada foi feito lá: foi destruir por destruir...

Beijinhos!!!

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes disse...

Como te compreendo minha ( nossa...) grande amiga!...Como é bom a gente sentir-se rodeada da natureza pura e forte como é um lago...como era o teu!
Eu não sei nem consigo resistir sem um ambiente desses...por isso, faço como as cegonhas, à minha maneira, claro, não tenho as asas delas...e é pena, sou um andarilho...que não sabe viver sem água à volta...
Sei que vais vencer!...
mtsbjs!

Anónimo disse...

Pois é, os homens esquecem que nada lhes pertence.
Mas em nome do sr. egoismo e da sra. ganancia, nem a mãe natureza lhes escapa.
Só esperamos que quando cairem em si, não seja já tarde demais.

R.I.