Abro a gaveta, tiro tudo para fora, vou arruma-la, vou-me desfazer de tudo o que está lá só para encher a gaveta...tantos papéis...rasgo, deito fora, e outro papel, e outro...vou rasgando, lentamente, sem pressa, mas...há papeis que não rasgo, lastros de uma recordação e outra...e volto a dobrar...a colocar na gaveta...há também folhas em branco, de um branco que já não é branco, de um branco que se gastou, de há tanto tempo estar ali, na gaveta... volto a colocar tudo...fecho a gaveta e volto a abri-la, afinal...preciso de quase tudo o que tenho na gaveta, mas para quê? Não sei, talvez um dia saiba...hoje não sei, as recordações guardo-as como partes de momentos que perduram no tempo, ainda que o tempo se gaste, as recordações ficam... quero-as lá, as folhas em branco, podia deitá-las fora, já estão amarelecidas pelo tempo...são folhas esquecidas pelo tempo, mas ainda assim deixo-as ficar, quem sabe um dia...se houver dia...e ao fechar mais uma vez a gaveta, fecho também os meus olhos, e penso, que um dia não estarei aqui e virá alguém abrir a minha gaveta e abrirá os meus papelitos e admirar-se-á perante o que eu guardo, e quererá saber porque guardei aquelas folhas amarelecidas pelo tempo, gastas, nalgumas faltam-lhe até bocados...e eu não estarei cá para dizer...
...guardo essas folhas brancas, velhas, gastas, porque nelas está representada uma vida, de trabalho, de semear, regar, cuidar, de intempéries, de devastamento das culturas, e de voltar a semear... e de tentar colher...e de passar a vida inteira na esperança de um dia escrever...”Colhi a espiga madura...” , por isso insisto em guardar as folhas, velhas e gastas, elas representarão sempre a esperança, que guardo na minha gaveta, nessa gaveta onde todos podem entrar, tenho a chave, mas não fecho a gaveta, deixo a chave pendurada, porque amanhã posso bem não estar cá... essa gaveta tem um nome... o meu Coração!
...guardo essas folhas brancas, velhas, gastas, porque nelas está representada uma vida, de trabalho, de semear, regar, cuidar, de intempéries, de devastamento das culturas, e de voltar a semear... e de tentar colher...e de passar a vida inteira na esperança de um dia escrever...”Colhi a espiga madura...” , por isso insisto em guardar as folhas, velhas e gastas, elas representarão sempre a esperança, que guardo na minha gaveta, nessa gaveta onde todos podem entrar, tenho a chave, mas não fecho a gaveta, deixo a chave pendurada, porque amanhã posso bem não estar cá... essa gaveta tem um nome... o meu Coração!
Agora parto para o campo...
,...choveu, houve tempestade é preciso vigiar as culturas, não deixar as ervas crescerem, é preciso estar presente junto do que se semeia, é preciso arregaçar as mangas e sujar os pés na terra, e ao fim do dia serenar, com a certeza de que tudo se fez...e se outras tempestades vierem, voltarei a plantar...e se nunca colher a espiga dourada, madura... na minha gaveta ficará a certeza de que tudo fiz...de que tudo dei, de que tudo amei...”tanta vez sem entender...tanta vez a sofrer...”
15 comentários:
Obrigado Amigo, que me levaste a escrever este post...as últimas palavras do mesmo são tuas...
deixo-te um grande sorriso...
olé linda que.......
que grande gaveta
espero qualquer dia levar-te umas tábuas grandes para fazeres um armário grande para colocares tudo o que vais continuar a fazer assim o espero
Abraço de esquilo
Linda!!!!
Espero que contuinues a ter essa certeza de tudo ter feito... O resto vem por acréscimo!!!
Grandiosissimo abraço!
É tão bom guardar os nossos mais preciosos tesouros...
Doce beijo
Venho aqui te fazer um convite,visitar meu novo espaço:
http://reacenderachamavioleta.blogspot.com/
Beijos de luz
elsinha so voui deixar um beijinho, pois esta semana e complicado o meu tempo ...
Ja te enviei um mail, mas n respondeste, vou enviar-te novamente ta?
Beijinho e boa semana*
Passa no meu blog tenho algo para ti lá. Abraço
Bonita reflexão...
Bons sonhos
Todos nós temos uma gaveta onde guardamos pedaços do nosso passado, seria bom que esse passado revisitado nos fizesse crer mais no presente que vivemos projectando-nos para o futuro que Ele nos destina.
Beijinhos no coração.
Gaveta que permanece viva connosco é a gaveta da nossa vida.
Nunca esqueças de como se abre, nem nunca deixes tão escancarada que o vento possa levar essas folhas...
(peço desculpa pela ousadia de tratar por "tu"...)
me alegro de poder ver aquí y en tus correos algo de esa gaveta de
amor
beso, mío, de
amor
Que bonito! Concerteza, alguém quererá abrir essa gaveta, antes de te ires, e concerteza tu abrirás outra gaveta, com segredos deveras apaixonantes ;)
Beijo Grande*
Minha querida,
Existem recordações que não queremos que continuem, existem recordações que gostamos de reviver devagarinho, e existem recordações que queremos que fiquem sempre!
Mantém as boas e esquece o resto.
Beijinhos grandes e aquele abraço
Olá Elsa
quem não tem algo guardado numa gaveta?? tantas e tnatas vezes fiz o mesmo que tu.. mas é verdade que as mais belas recordações, são guardadas na minha gaveta especial - o coração -
Depois da tempestade vem sempre a bonança.. há que recomoçar, erguer a cabeça e seguir em frente!
Bjhs e bom resto de semana
Tens nessa gaveta uma verdadeira lição de vida!
Um BeijO!
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