Uma Ponte ...na Primavera!

Há dias que a primavera se fazia anunciar...no colorido das flores, no perfume mágico dos jardins, ficava fitando os campos e os jardins, prendendo-me ao voo insinuante dos pássaros, que a faziam anunciar, e o sol começava a aquecer a terra e os corações dos homens!
Mas, de repente, mudou tudo...a Primavera nasceu entre nuvens sombrias, entre um frio gélido e um vento assustador, e foi no meio desta tempestade, que também eu me senti levada pela própria tempestade, como um papel que esvoaça no vento, por momentos deixei de ver o sol, para fitar as nuvens, deixei de ver as flores e os pássaros...esqueci o jeito de sorrir...percebi que estava do outro lado da margem, do lado onde encontro tanta e tanta gente...hoje, eu era um deles, até nem queria ser, mas era...poderia fechar-me em mim, chorar, entregar-me àquela escuridão, seria isso o mais fácil, naquele momento, era só ficar sossegada no meu canto e de preferência que ninguém me dissesse nada...

E eu parada naquela margem...de um rio sem ponte...fitava as águas...que se agitavam com o vento...e o vento ia-me gelando por dentro...parecia que as pessoas deixaram de existir...Tinha feito de um grão de areia...um deserto...de uma gota de água...um mar...mas porquê?

Senti-me uma menina mimada que faz birras...sentia-me sozinha... abandonada...naquela margem... mas... no meu coração de menina pequenina ouvi a Tua voz que me dizia “...Eu que ando sobre as águas...eu que acalmo tempestades...achas que não consigo uma ponte? para passares para a outra margem? Só tens que Me ajudar, queres?”

Eu queria...eu ajudei...e a ponte apareceu ...para eu passar, passei! Esqueci as nuvens, o frio, o vento...afinal também tinhas acalmado a tempestade...e eu voltava a sorrir!, e a ver os pássaros e as flores!

Obrigado por tanto Amor!