sábado, 8 de janeiro de 2011

Sudão: «Plataforma por Darfur» teme «guerra civil» após referendo sobre independência do Sul

Organismo que inclui organizações da Igreja Católica, quer que «Governo de Cartum respeite a vontade popular»



Lisboa, 08 Jan (Ecclesia) - A ‘Plataforma por Darfur’ quer que o referendo sobre a independência do Sul do Sudão, que vai decorrer entre 9 e 15 de Janeiro, “seja conduzido de forma justa, transparente e pacífica”.
Os responsáveis daquela entidade portuguesa, que inclui organizações da Igreja Católica, pretendem também que o “Governo de Cartum respeite a vontade popular, democraticamente expressa, para que no pós-Referendo não haja retaliações sobre a população indefesa”, refere um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
A população do Sul do país, onde em 2009 “mais de 2500 pessoas foram assassinadas” e “mais de 350 mil foram desalojadas”, vai votar para decidir se deseja continuar a fazer parte de um Sudão unido ou se prefere constituir um Estado independente.
O texto assinala que a nação do Leste de África vive “um momento crucial da sua história, após décadas de uma guerra civil que provocou a morte de dois milhões de pessoas e o êxodo de quatro milhões de refugiados”.
A nota de imprensa lembra que o Darfur, região localizada no Oeste do Sudão, continua a ser atingido por ataques contra a população, ao mesmo tempo que “milhões” de pessoas “sofrem diariamente nos campos de refugiados”, na sequência de um conflito “que já vitimou centenas de milhares de civis”.
Os responsáveis da ‘Plataforma por Darfur’ estão preocupados com a possibilidade de “uma nova guerra civil” caso a maioria dos votantes opte pela formação de um novo Estado.
“O Governo sudanês não quer perder o controle da região centro-sul de Abyei, rica em reservas de petróleo, que deveria decidir, nesta ocasião, se pertencerá ao Sudão ou ao novo Estado do Sul”, refere o comunicado.
Por outro lado, “a previsível separação do Sul fará surgir uma nova nação, vista por alguns Estados como uma ameaça aos seus próprios interesses”.
Plataforma por Darfur, que trabalha desde Agosto de 2007 na sensibilização da sociedade civil sobre o conflito na região sudanesa, integra a Amnistia Internacional, Missionários Combonianos, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Fundação Gonçalo da Silveira, Antena Fé Justiça Europa-África, Comissão de Justiça e Paz dos Institutos Religiosos e Mãos Unidas Padre Damião.
RM
Fonte - Aki

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