
Cheguei como todos os dias depois do trabalho ao nosso "ponto de encontro". Mas, hoje os rostos estavam apreensivos, havia um certo clima que não entendi muito bem...
- Anda, já te conto... dizia-me a Joana (nome ficticio...)
Eu acedi, procuramos um lugar sossegado e ela a medo começou a contar a história...
- Sabes, lá na empresa estão a despedir pessoal...
- Ò não...vais ser despedida?
- Não...se aceitar as condições que me propõem...
- Condições?
- Sim, propuseram-me ir trabalhar para a empresa X, com o horário de trabalho das 9h às 13h e das 17h às 21H...
- E qual é a alternativa?
- Ir para a rua...
Nesta altura a aflição tomava conta dela, os seus olhos enchiam-se de lágrimas, e eu ia precorrendo a vida da Joana, e ela continuou...
- Não tenho alternativa, mas como hei-de fazer, se eu nem tenho carta de condução, e a minha filha... nem sequer vou poder estar com ela durante a semana...
Como é possivel, que cheguemos a estes pontos? Como é possivel que façam das pessoas mera mercadoria. Ignorando que as pessoas para além do trabalho têm uma vida familiar que precisa igualmente de atenção. Não sei para onde estamos a caminhar, mas o caminho não é nada bom...
3 comentários:
Já nada me admira minha amiga, estamos num País aonde os senhores empresários, fazem tudo o que lhes apetece.
Quem precisa de dinheiro ao fim do mês para comer e para as suas outras despesas tem que aceitar, que remédio! O dinheiro não cai do Céu.
Tenho esperança de dias melhores.
Um grande beijinho,
Ana Paula
Aqui no Brasil é assustadoramente cruel o que a acumulação flexível vem fazendo às famílias que viviam de um mero subemprego...
Vejo que com vcs não é diferente...
Aqui no Brasil é assustadoramente cruel o que a acumulação flexível vem fazendo às famílias que viviam de um mero subemprego...
Vejo que com vcs não é diferente...
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