segunda-feira, 23 de junho de 2008

Roraima - Raposa Serra do Sol


"Três anos à espera do cumprimento da lei trazem violência e actos de terrorismo



“Não temos mais em quem confiar!”. É uma frase do tuxaua Jacir Sousa. Depois de 30 anos de lutas, dezenas de vidas ceifadas, casas destruídas, prisões, torturas, sequestros, so­­frimento permanente nas serras e campos, tudo parece desmoronar.

Trinta anos de luta pelo direito à terra, acreditando em prazos e promessas, até que, fi­nal­mente, a terra foi demarcada, homologada e os invasores receberam ordem de se reti­ra­rem, segundo o decreto de homologação do presidente Lula da Silva, Portaria n.º 534, de Abril de 2005. Mas tudo terá sido em vão. Os prazos foram sendo adiados, força e actos terroristas sobrepõem-se ao direito. Parece claro que a invasão de terras é tolerada e até mesmo protegida pelo Estado. Meia dúzia de arrozeiros ricos e audaciosos contam com a conivência das autoridades públicas.

Passaram três anos sobre a assinatura do decreto presidencial de homologação da terra in­dígena Raposa Serra do Sol (TISRR). Os povos indígenas, agrupados em 194 comu­ni­da­des, manifestam toda a indignação quanto à forma como vem sendo conduzido o pró­ces­so para a retirada de seis arrozeiros, por parte do governo federal. A lentidão e a omis­são permitem sucessivos ataques contra os direitos indígenas, sem a devida puni­ção dos agressores. Crimes como a fabricação de bombas e o uso de um carro-bomba cheio de gasolina e dinamite destinado a fazer explodir o posto da Polícia Federal, em Pa­ca­raima, são verdadeiros atentados contra a segurança nacional, perante a indiferença das autoridades.
Mas as comunidades indígenas do TIRSS não cruzam os braços. Vão intensificar a pressão para fazer valer o decreto presidencial de homologação da terra indígena. A denúncia contra os arrozeiros e o pedido de ajuda à comunidade internacional pela manutenção da área contínua é feita pela advogada Joênia Batista de Carvalho, conhe­ci­da como Joénia Wapixana. Índia da etnia wapixana – uma das cinco comunidades que ocu­pam a Raposa-Serra do Sol –, 34 anos, Joênia é a primeira mulher indígena formada em Direito no Brasil.

As comunidades indígenas estão revoltadas com tudo o que tem ocorrido dentro de sua casa, onde são humilhadas, os bens destruídos e ainda seus membros ameaçados e balea­dos. Diante das violações dos direitos humanos dos povos indígenas na TIRSS, lança­ram a campanha urgente de apoio e solidariedade: “Anna pata Annayan”, que signi­fica “Nossa Terra, Nossa Mãe”. Nela solicitam e exigem que o Supremo Tribunal Fede­ral ratifique e faça cumprir o decreto de Homologação, assinado em Abril de 2005, e determine a retirada dos invasores da Nossa Terra Mãe. Os arrozeiros devem ser im­pe­didos de continuar a enviar jagunços para abrirem fogo contra os indígenas que vivem pacificamente em suas terras. A presença deles na TIRSS é altamente prejudicial. Pró­du­zem arroz sem algum cuidado ambiental, desviam cursos de água, utilizam produtos agrários tóxicos, destroem as matas ciliares. Abatem o património público, como as pontes, lançam bombas caseiras contra os índios. Para que cesse a violência, a intimi­da­ção e as sucessivas ameaças, as comunidades da Raposa Serra do Sol exigem que eles abandonem a TIRSS, dando comprimento ao decreto presidencial. Apoiemos as comunidades indígenas! "
Fonte - AKI
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Tal como vos disse ontem,
é preciso ajudar este povo,
"bora lá"??
Hoje informem-se... e divulguem
amanhã continuaremos!!!

2 comentários:

João Videira Santos disse...

Apoiar aqueles que mais precisam de nós, é mais do que o nosso dever. Sobretudo por se tratar daqueles que descendem dos antecederam a nossa presença.

Ana Pallito disse...

Boa semana para ti anja querida.0o0