Eu, Menina e...Ele!....(Continuação)

Depois daquele encontro na noite de Natal, corri, corri para casa levava nos braços ainda a sensação daquele abraço, dos braços fortes-fracos da paz, do amor... e o meu coração batia tão ruidosamente que achava que todos o poderiam ouvir...



Todos me esperavam...já um pouco aflitos, era noite de Natal e já havia caído a noite há muito tempo, mas antes que alguém quisesse saber de onde vinha e porque estava tão atrasada, eu abracei cada um deles, quis deixar nos braços de cada um, aquela sensação, dos braços D'Ele...eu, Menina, queria entregar o abraço D'Ele a toda a minha família...que também é a D'Ele...Todos se interrogavam, mas ninguém perguntava nada...iam recebendo o abraço D'Ele e calavam as palavras, sossegavam as perguntas e eu Menina...sorria, assim era mais fácil!



Naquela noite, eu, menina...não perguntei pelas prendas...as prendas tínham perdido todo o interesse...já sabia que não era o Menino Jesus que trazia as prendas...devíam ser aquelas pessoas que andavam cheias de sacos e embrulhinhos e isso não tinha interesse nenhum...



Pela primeira vez no Natal, fui dormir sem protestar, fui dormir sem exigir esperar o Menino Jesus, e o meu coração de Menina...continuava a bater fortemente...parece que tinha crescido, por isso fazia um barulho imenso...



Nessa noite quase não dormi, recordava o encontro, os olhos de ternura, e ficava a ouvir as Suas palavras uma por uma...e sentia-me imensamente feliz...



O dia de Natal amanheceu com muito frio e muita chuva, e eu Menina, ao acordar fui ter com o Menino, queria dar-Lhe um beijo de Natal...ao lado os presentes, e sobre os presentes havia uma rosa, vermelha da cor do Natal, peguei-lhe...cheirava a paz e a amor, e mais uma vez me lembrei dos braços fortes-fracos D'Ele...

Quem tinha deixado a rosa? Perguntava eu...ninguém sabia...e inquiriam-se em silêncio do porquê da rosa sobre os presentes e porque não abria eu os presentes?



Fiquei o dia todo absorta nos meus pensamentos, como um livro que ia lendo devagarinho para saborear cada palavra...

E no meio da chuva que batia na vidraça, eu, menina vejo um rosto, um rosto de criança que me dizia:

"Nestes dias há uma grande notícia

que corre todo o mundo...

É NATAL!

Um Menino Nasceu por ti...

E quer fazer-te rico

na Sua pobreza!"

Corri para a janela, depois para a porta, mas o rosto de menino, havia desaparecido...por entre a chuva havia uma luz, uma luz diferente e o cheiro da paz e do amor, fez-se presente novamente...sorri, sorri para Ele, eu menina... percebi que o Natal não são os embrulhinhos, mas sim o amor e a paz entre os corações, e nesses laços de corações aí está a maior riqueza!

Eu, Menina

tive um Feliz Natal

e eu, Menina

desejo a todos

um

Natal cheio de amor!